Realmente, nem
entendo a saudade. Nem sei como resiste em mim. Será que tenho mesmo saudades?
Ou é um habito? Ter saudades de algo a que me habituei tanto que se tornou tão
previsível. Ter saudades de ver a minha liberdade cerrada numa gaiola antiquada
e pendurada no tecto do meu quarto escuro, que faz doer ainda mais. Ter saudades
de ter receio do futuro e tremer com o presente. Ter saudades destes sentimentos
versáteis.
E ficou tanto por
dizer, por tua incapacidade de ouvir e compreender, por minha falta de coragem
de falar e decifrar. Ficou tanto por fazer, por tua indolência e minha
impaciência. Ficou tanto por sonhar, por tua imaginação muito para além do
verosímil, e minha frieza para a utopia. Mas ficou ainda mais por amar, por teu
jeito natural e obstinado, sem qualquer raciocínio, e por meu jeito com senso complicado
e devastado.
Por fim, chegamos
a conclusão que nada faz sentido e até o que mais fazia, já não faz. Que talvez
a saudade seja apenas um drama, que o ser humano tem tendência para criar…
04-04-2013
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