sexta-feira, 29 de março de 2013

« Nada »




Ossos são terra e sangue agua. Serei um rio, uma fonte de uma desilusão, de uma mentira oculta. De algo tão enganador e indefinível que nem aparece no horizonte, que nem quero ver nem ouvir. E se ouvir que seja o que é, e não o que queres  que pense que é. Porque eu realmente sou um nada, vazio e etéreo. Enorme e discreto. Sou um nada, feito de duvidas dolorosas e segredos perdidos. Sou um nada, desaparecendo em nada e aparecendo em nada. Sou um nada, então deixa-me, e sê algo mais do que eu. Mais do que um nada. Sou um nada tão nada que nada me faz sentir. Sou um nadinha de nada. Sou nada do nada. Sou um tão nada que deixa de ser nada. É um nada fixo, sensato e denso. E tu o que serás? Serás um nada? Nada é demais para ti. Um nada sou eu. Um nada para ti.  

16-03-2013

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