Ossos são terra e sangue agua. Serei um rio, uma fonte de uma desilusão, de
uma mentira oculta. De algo tão enganador e indefinível que nem aparece no
horizonte, que nem quero ver nem ouvir. E se ouvir que seja o que é, e não o
que queres que pense que é. Porque eu
realmente sou um nada, vazio e etéreo. Enorme e discreto. Sou um nada, feito de
duvidas dolorosas e segredos perdidos. Sou um nada, desaparecendo em nada e
aparecendo em nada. Sou um nada, então deixa-me, e sê algo mais do que eu. Mais
do que um nada. Sou um nada tão nada que nada me faz sentir. Sou um nadinha de
nada. Sou nada do nada. Sou um tão nada que deixa de ser nada. É um nada fixo,
sensato e denso. E tu o que serás? Serás um nada? Nada é demais para ti. Um
nada sou eu. Um nada para ti.
16-03-2013
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