A minha vida não
gira a volta de ninguém, pelo menos assim costumava ser. Eu quero ser livre. Eu
sempre o quis. Eu quero ser eu, como fui, a tempos.
É simples.
Deixem-me sozinha, imersa na alma e pendurada na vida, deixem-me errar o que
tiver de errar, será isso demais? Será isso um erro? Erro de querer errar? Erro
de querer viver? De querer ser eu, de querer ter o meu canto. O meu abrigo.
Deixem-me. Esvaziem-me. Abandonem os meus refúgios, e deixem-me neles depositar.
Saem dos meus deslizes e deixem-me arrepender. Ou não.
Mas será que não
conseguem ver o óbvio? Ou não o querem ver? Ou não o entendem tão obviamente óbvio que ele é. Ou será que
sou eu que sou excessivamente egoísta? O que será?
Não quero
perder-me, mas se o fizer, não quero
voltar. Eu quero ficar, e apreciar todas as direções possíveis, para que
eu possa sair, por mim mesma. Não o façam por mim. Deixem-me fugir. E não me
procurem. Deixem-me perder. E não me encontrem. Deixem-me respirar. E não me sigam.
Deixem-me viver.
13-12-12