Aprendi com ela. Descobri a ser livre. Livre de corpo e alma. De corpo é simples: é apenas não pensar nos demais. Nos pormenores inúteis, dispensáveis. Pois é acordar, vestir umas calças de ganga tão usadas, que algures já devem estar rotas, é por uma camisa já sem ilustração de tanto ser lavada, e calçar uns ténis, sujos e esborrachados. De alma, é mais elementar ainda. É sair a rua, e sentir o vento nos cabelos soltos, abraçar o invisível e contentar-se. Como se isso fosse o suficiente. Contemplar-se com o nada da vida. É sorrir pensando nela, sabendo que sorrirá também ao pensar em ti. É fugir não tendo nenhum lugar em mente. É ultrapassar a margem do racional e permitido. É a libertação constante que a mantem tão livre e tão principal. É encontrar nessa liberdade aprendida o ponto de abrigo, o refugio dos medos e a proteção dos males, esperança no oco e luz no escuro. É aperceber-me que a verdade existe e acima de tudo nos pertence.
É de natureza humana ser livre. E não importa por quanto tempo você tenta ser bom, você nao consegue esconder uma menina má ! "GG"
segunda-feira, 2 de abril de 2012
terça-feira, 27 de março de 2012
Abandonada
Deixo-me levar pelo cansaço e mau senso do presente . Deito me devagar na cama de casal, mãos enterram-se nos cabelos ruivos espalhados nos azuis lençóis de seda. Hoje não dormirei , não porque partilharei este leito com a alma que te destruiu, mas porque a alma quebradiça não partilhara esta cama com as ruínas do meu coração. Oiço os batimentos do relógio, do teu relógio, que por coincidência também o deixaste neste maléfico quarto, neste invalido testemunho do aconchego do provisório e esvaziado. Deixaste-o para eu não parar de calcular os segundos do teu demorado regresso, deixaste-o.. como este cheiro do amado, ficara estampado no meu rosto, nas minhas mãos.. O vento, agreste e inesperado, penetrou pela janela e arrastou toda a miséria da minha frágil consciência do teu ego. Não me aterrorizei nem um pouco, que me venham atacar todos os teus fragmentos sumidos, eu não tenho medo.
Virei para poder espreitar o obscuro e procurei o refugio no enigma da noite. Vi o escuro interminável e milhares de chamas cintilantes, entorpecida desprezei a contagem dos batimentos, perdi a noção do espaço e do tempo, estou dispersa nas memórias. É tudo o que me sobra, recordações e cicatrizes.
Já sinto o sono a chegar, indecisa e absorvida com a discussão dentro da minha cabeça entre descansar ou não, incontrolavelmente reparo que já não me sinto. Sem forças para negar, autorizo a separação da alma e do corpo, conduzindo-me ao estado de breve amnésia . Que passará quando eu pestanejar com o toque divino do sol do Outono .
sábado, 3 de março de 2012
« ...a tal ! »
E no momento em que precisei de um abraço, eu virei um fracasso. Na hora em que necessitei de um conselho, eu virei espelho. E nas alturas de tempestade, eu virei cobarde. Porque é nesses tempos que não quis assumir o óbvio, sumir os medos, esquecer os passados e perder os recados. Pois porque é nesses tempos não estarias presente? Prova-me. Prova-me o que o meu amor vale. Se é dinheiro, abandona-me. E se for simpatia, foge de mim. Se for tristeza, fecha a porta. E se for apenas solidão, ides sem me avisar. Mas se for .. o inexplicável, o incompreensível, o interminável. Abraça-me. Abraça-me de tal jeito que consiga sentir a pulsação do teu coração a transmitir me segurança e alivio. Não te largo porque és a tal !
quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012
Perfeição inexistente .
A tremer, tento escrever-lhe apenas duas linhas. Acho que bastarão para lhe fazer sentir especial. E se não for assim, me desculpe. Talvez não sou o suficiente para si, talvez não sou quem sempre procurou. Me desculpe. Me perdoe. Eu serei melhor. Me diga qual é a sua definição de perfeição. E eu, irei arranjar limites que conseguissem constituir de molde para mim e tornaria me na tua perfeição. Sim eu faria isso. Eu mudaria o meu ser e deixava a alma presa no além. Eu vivia o resto dos meus dias fingindo ser alguém que talvez nunca desejasse ser mas alguém que você preferiu e sempre sonhou ter. Sim eu também faria isso. Sabe porque ? Porque eu amo você. Sem jeito algum, sem sentido nenhum. Arranque-me já tudo o que sobrou do coração. Não há nada a esconder, pois não há. O que é demasiado, torna-se estorvo e fatigante. Envergonho-me deste amor. Ele torna-me fraca, tira-me forças, suga a cor do meu mundo. Do meu mundo tão a parte do teu. Tão diferente do teu. Tão distante do teu. Ele me tortura. Machuca-me e corta-me aos pedaços. Mas eu sei, que haverá alguém, tão louco e perturbante como eu. Que irá procurar por todos estes pedaços espalhados pelo preto e branco. Irá junta-los da maneira certa. Encaixar peça com peça. E mover-se comigo em frente, seguindo a luz. A nossa luz.
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