quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Mistério .


Preto, branco, escuro, claro, pestanejo ao ouvir o despertador. São seis e meia , o corpo está pesado, está cansado . A imagem da tua cara invade o meu espírito, e é onde vou retirar a motivação. Abrir o dia a imaginar que poderei voltar a ver te, por instante, terei a oportunidade de observar-te, com cuidado memorizar mais um pouco do teu aspecto, gravar mais pedacinhos do que és feito, e hipnotizar-me mediante. Está um cumulo em mim guardado, está um grito não ouvido, está um abraço nunca dado. Estão os teus olhos incorporados, desgostados, implorados. Estão eles a debater me em desgosto contrariado. Desgosto da rara parte que me sobra da consciência. Contrariado pela pedra que é o suposto coração. Pois, essa maneira que me olhas, intimida, absorve, perturba.. e chama-me sem abrir uma passagem possível de eu chegar a ti. Está o mistério a retomar o meu auto controlo. Prende me a existência e coloca me no caminho da perseguição possessa e continua. Possuída pela resposta que nunca será desvendada , torno te no herói desta ficção.  
Tu, oh meu duvidoso sagrado, fazes-me sentir perante uma questão: se sou, já uma mulher ou ainda ando perdida na menina? Pois navego entre dois conceitos conhecidos. Não sei o que sou nem o que preferia ser. Mas provavelmente uma menina. Desejava de poder ainda fixar-me na minha boneca nova, partir-lhe sem intenção a cabeça, que fosse esse o meu causador de choro, e que fosse essa a minha única inquietação. Chorar e saber plenamente que irei ter um outro brinquedo . Sim, eu adorava que fosse tão acessível para mim agora. Que fosse tão elementar resolver o entrelaçado presente. Mas um dia eu deixo de ser a mimada, arrojada e atrapalhada. Deixo de refilar por realidades minúsculas, deixo de ter opiniões distintas e vou concordar com todos e em tudo. Um dia deixo de acordar cedo e de tomar o meu café sem açúcar, deixo de me deitar tarde aos fins de semana. Deixo de teimosia e brutalidade nas expressões. Livro-me de todos os cadeados e fechos . Deito a minha agenda para o lixo. Um dia deixo de querer ser a superior no que faço, desisto das minhas lutas, brigas e deixo o destino me levar. Deixo as tentativas de alterar o mundo, paro de me revoltar. Deixo de desrespeitar as regras e ultrapassar os limites, farei todos os pedidos da minha mãe, cumprirei as promessas dadas. Um dia deixo de sonhar, sonhar contigo . Paro , por fim, de te esboçar nos pensamentos com detalhes bem abordados. Revelo os meus códigos e silêncios disfarçados, apago a fogueira que arde dentro de mim, a minha postura ambiciosa e lutadora eu desconheço, já não faz parte de mim, monotonia apoderou-se. É assim.
A indiferença é amarga e não traz consigo a recompensa. Quem abate-se no mistério cai na duvida eterna. E eu só te imploro, devolve me a vida e brinca com a alma. 

Criatura Ingénua


Sem temer diz me uma razão para te esquecer, presa nas tuas sombras eu abrando o passo, fugindo deste amor inconscientemente consciente e limpando pegajosas lágrimas, vejo-me no vidro de uma vitrina, reparo na maquilhagem borrada, vestido rasgado e cabelo despenteado. Sem dar importância, permaneço a caminhar num andar ligeiro, quase que corro. Ajoelho-me no meio dos teus passos, rudes, deixados por pânico e incompetência. Segue-me, por favor segue-me entre linhas do nosso capítulo indeterminado e meio acabado. Todos os dias eu pergunto me do teu surgimento nos percursos da minha entidade, completamente despida das tuas oportunidades. Convenço-me que te imaginei, e esse afecto por ti apenas inventei. Nunca mais fantasiarei. A melancolia que por vezes me ataca, é apenas ilusão, que me conduz. Mas quando te vejo, ênfase da cabo da cabeça. O sentimento que entenderia como ocasião dá sinal, que está vivo, e jamais morrera. E tão real que me corrói. O amor é um sacrifício, como o nosso, não necessita de palavras, gestos ou explicações. Ele apenas existe. É entrelaçado e cruel mas o mais exacto. Sacrifiquei a minha paixão pela amizade correspondida de uma criatura ingénua que acredita que haja uma saída definitiva deste meu labirinto sentimental. Eu, vou sempre construindo novos caminhos enrolando e complicando até me perder mais e mais na ternura e vazio real ..

sexta-feira, 3 de junho de 2011

Espero por ti ♥





Passo dias sem conseguir parar de olhar para o relógio e contar os minutos a espera que quebras este silencio. Levanto as minhas mãos pesadas de ódio e abraço-me. Sinto unhas, duras e compridas, a entrarem me de raiva pelas costas. O sangue, fresco e vermelho correu me pelo corpo como agua límpida que corre pelas montanhas. Alivio. Eu sufoco-me de loucura e afogo-me de vontade. Que suicídio de amor.  Sabes, eu espero por ti, espero até ficar com cabelos brancos, pele enrugada e corpo cansado. Até não ter mais tempo para esperar, espaço para ficar ou amor para guardar. Até depois de me arrepender mais umas mil vezes, chorar todas as lágrimas e seguir todos os caminhos. Até os oceanos todos secarem, gelos derreterem e nuvens fugirem. Eu espero por ti até não poder mais. Espero até tu chegares ! 

terça-feira, 31 de maio de 2011

Quero - te .



Acordei com uma súbita e forte vontade de te ver. Apenas ver . Onde estás minha verdade ? Estarás tu com a tua mentira ? Devolve - me o orgulho e o senso que me tiraste . Decidida mas ainda meio perdida, eu vou a tua procura . Caminho descalça e deformadas pedras magoam me os pés . Percorro ruas vazias e secas , pessoas presas e cansadas . Eu tropeço-me e caiu, choro de raiva da fria escuridão . Sentada, toda desamparada, numa poça de chuva suja e chamo por ti .
Lembro me que de tanta felicidade ganhávamos asas . E de tanto amor tornávamo-nos em anjos leves como uma pena . Voávamos . Voávamos em sintonia pela cidade preta e branca e oferecíamos sorrisos mais sinceros e desejados .
E agora eu estou aqui, sem entender como te deixei escapar . Eu ainda te quero, não é que um dia deixei de querer, mas eu ainda te quero. Não me sai mais nada da boca gelada. Quero tanto que arranco cabelos ruivos de saudade . Eu ainda te quero e ainda choro .
Pessoas, insensíveis e cruéis, passam, riem-se, apontam para mim. Tão só que estou. Insegura e indefesa. Mas tu, minha insuficiência, tens tanta bondade em mim, dás-me a tua pequena mão. Tu levantas-me e pões a cabeça erguida. Sorris e vais embora . É tão tu, é tão teu e tão vulgar .
Mais uma vez, como todas as outras, fico sem ti . Mas agora protegida e dissolvida ainda mais no simples amor .






p.s - Inspiraste-me, porque destacas do resto do mundo, obrigada 

quinta-feira, 26 de maio de 2011

" Te Desprezo "



Estás tão longe
Tento chegar perto de ti
E já sinto o teu cheiro
Já vejo as tuas pegadas
Oiço os teus passos
O meu coração parte-se em pedaços

Deparo-me com o teu olhar profundo
Assustado e dessinteressado foges de mim
Sem noção e sem orgulho, corro atrás de ti
Caminho infinito, meu doce amargo 
Que cansaço, a dor já nem se mostra 
Não vejo hora de te ter nos meus braços
Eu paro no tempo injusto e escasso
E não te encontro mas não choro
Não te resisto, não te esqueço
Mas eu desisto, te desprezo .

quarta-feira, 20 de abril de 2011

Sweet DreamS ♥




Sonhei contigo esta noite . Sonhei que estavamos so nos os dois . 
Apenas duas almas livres e puras . Dois seres incorretos e fulos . 

A Ternura envolvia o meu corpo , que tão naturalmente encostava-se ao teu .
A Paixão preenchia a minha cabeça, que só pensava em ti, em ti e em ti . 
O Amor vivia no coração, que batia por ti e só por ti .
Eramos nos, orgulhosos e apaixonados, sem preconceitos e medos .

Num instante esconde se tudo nos tons pretos .
Acordo sem folego ! Silenciosamente e bruscamente correm me lagrimas pela cara .  
Foi um sonho, mais um sonho e mais uma ilusão com a perfeição do amor . 
Não és meu . Pertences a ela , simples e delicada ! 
E eu.. complicada e magoada, continuo a sonhar contigo !

sábado, 26 de março de 2011

Dor .



A dor percorreu dolorosamente o meu corpo, ate chegar ao coração, e apertar com forca, gemi .
Doeu . Doeu tanto, se ele não estivesse a segurar a minha mão gritava, como o fazia na minha mente .
Baixei a cabeça e facilmente consegui fixar o meu olhar num ponto qualquer da sala vazia .
Não queria que ele me visse outra vez a chorar . Não, desta vez não .
Tremia de medo. Medo de desatar a chorar, ali, a frente dele, e mostrar a quantidade do liquido salgado que guardava em mim durante esses anos todos por medo de admitir que sou apenas uma fraca mulher .
Porque faço isso ? Porque não choro , porque não grito , porque não me vou embora ?
Já não preciso de provar que sou mais que alguém, pois ele acabou de admitir que eu ganhei esta luta .
Mas onde esta o tão esperado prémio ? Aqui sentado , ainda segurando a minha mão .
Se soubesse não ia a luta . Não me arrependo . Provei , não a esta criatura que tem nome de homem, mas a mim mesma, a mulher que sou agora.
Amarei te , ate quando não sei . Esquecerei . Só o intenso sentimento , mas nunca cada momento .
Levantei a cabeça, sorri olhando lhe nos seus olhos verdes, larguei lhe a mão .
Chorei, Gritei , e fui me embora .