E revendo as memorias, eu perco-me nas duvidas.
Como toda a felicidade transformou-se numa gigante magoa. Como toda a verdade passou a incerteza e toda a certeza a mentira. Como admiração passa a repugnância. Como o habito deu lugar a saudade e ocupação aos espaços brancos na agenda. Como as noites mudaram para pesadelos intermináveis e manhas para um choro incontrolável. Como pessoas de repente, de uma multidão banal e invisível, passam a ser perceptíveis e todas diferentes. Como esperança virou desespero, confiança paranóia e conforto dor. Como toda a saúde virou doença, paixão veneno e vontade histeria. Como a cama de casal passou a ser de solteiro, como a gaveta ficou meio vazia e armário meio preenchido. Como o teu olhar vira minha solidão, o beijo um suplico, o toque uma dependência. Como o amor vira ódio. Como tudo passa a nada. Como eu não compreendo isso.
E revivendo as lembranças, o meu coração vira cinza.
05-05-2013
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